Falando historicamente, os primeiros vasos e banheiros com o uso da água, foram criados no 3º milênio antes de Cristo, mais ou menos há 5.000 anos.
Em Skara Brae, uma ilha do Norte da Escócia, foram encontradas algumas construções como as que mencionei acima. No entanto, alguns especialistas na área têm dúvidas sobre essas peças. Durante o período em análise, é muito provável que vasos sanitários também já fossem usados no Egito e na Mesopotâmia. Mas, não há dúvida sobre a existência de vasos sanitários bastante empíricos, pelo povo do “Indus Valley” na idade do Bronze ou Nova idade da Pedra há 5.000 anos
Alguns deles ainda existem na província de Sindh no Paquistão moderno. Eles podem ser aceitos como os primeiros vasos sanitários e banheiros com o uso da água.
Como surgiu a ideia de criar o Museu do Vaso Sanitário, em Nova Deli, Índia?
Eu tenho estado comprometido com as questões sanitárias desde 1970. Eu estava em Londres e visitei o Museu da Madame Tussauds. A partir daí eu tive a ideia de criar o Museu aqui em Nova Deli, para que todas as pessoas que de certa forma têm interesse ou estejam envolvidas com esse tema, pudessem ter um lugar para pesquisa e discussões, como: Estudantes, Estudiosos, Pesquisadores, Arquitetos e Jornalistas.
Essa ideia foi o suficiente para me convencer a abrir o Sulabh International Museum of Toilets em 1992, que talvez tenha sido o primeiro e único no mundo a abordar esse assunto.
O Vaso Sanitário é uma peça e um assunto que pode ser abordado sob diversos ângulos: Como uma peça essencial à higiene, pelo design e tecnologia, entre outros. Quais desses pontos são abordados pelo Museu?
O Museu trabalha com os seguintes objetivos:
Educar estudantes sobre a história e tendências no desenvolvimento dos “Toilets”.
Fornecer informação para Pesquisadores sobre design, materiais e tecnologias usadas no passado e atuais.
Para orientar Autoridades Sanitárias a entender os esforços feitos no passado em todo o mundo para regulamentar esse tema.
Ajudar fabricantes de Vasos Sanitários, equipamentos e acessórios a melhorarem seus produtos, tendo o Museu como fonte de tecnologia e informação.
Como é composto o acervo do Museu? Quantas peças? Qual a mais antida? A mais valiosa e a mais curiosa?
Temos em torno de 300 peças em exposição.
Nossa exposição mostra os modelos mais antigos, esgoto e drenos (aberto e subterrâneo), assim como o banheiro público do Indus Valley, hoje chamado como Assentamento de Harappan, construídos há cerca de 5.000 anos.
A peça mais valiosa é um Vaso Sanitário Elétrico chamado Incinolet, produzido nos Estados Unidos. Há dez anos quando comprei essa peça o valor em Dólares Americanos era alguma coisa ao redor de US$ 200 mil.
Também, temos a fotografia de um Vaso Sanitário feito pelos Russos para uso num satélite espacial. O original dessa peça está no Museu da NASA e custa US$ 19 milhões.
A mais curiosa é um “Vaso Trono”, feito para o Imperador Francês Luis XIV no século 17. Ele usava o vaso enquanto concedia audiências para seus súditos.
Se considerarmos 5.000 anos, qual foi a evolução do Vaso Sanitário durante esse período?
Por milhares de anos, quando o homem pré-histórico vivia nas florestas, ele defecava como qualquer outro animal.
No período considerado como “Nova Idade da Pedra”, ele começou a abandonar a vida na floresta e passou a construir seu próprio abrigo. Daí passou a não querer mais ficar próximo as suas fezes e passou a fazer suas necessidades ao ar livre, mais longe da sua casa.
Essa prática deu origem aos primeiros conceitos dos banheiros. Após se habituar e progredir no sentido de construir uma vida mais saudável e reservada, ele construiu pequenos compartimentos fechados, como um armário, e veio trazendo isso para mais perto da casa, até colocar o banheiro dentro de casa.
Depois disso e até hoje, não existe nenhuma grande inovação que seja facilmente percebível. As recentes mudanças ocorreram no uso de novas matérias-primas, design e cores.
Hoje, em razão da escassez de água, há um grande esforço no sentido de desenvolver banheiros com água corrente natural, temos alguns expostos no Museu. O desenvolvimento é um processo continuo e a criatividade e engenhosidade do homem pode nos surpreender.
Aspectos Socioambientais vão construir um novo modelo no futuro para o “Glorioso Trono”.
Apesar de estar diretamente relacionado com higiene e saúde pública, ainda hoje existem várias regiões que ainda não fazem o uso do Vaso Sanitário. Considerando a população mundial, qual o percentual da população que ainda não usa o “Toilet”?
Hoje, a população mundial está na casa de 7 bilhões de pessoas. Há alguns anos, quando éramos 6 bilhões de pessoas, a UNDP (United Nations Development Programme) declarou que 2.6 bilhões de pessoas no planeta não tinham acesso aos modernos Vasos Sanitários, desses que usamos nas nossas casas.
Apesar de todos os esforços, o slogan usado pela UNDP “banheiro para todos” ainda permanece muito distante de ser alcançado.
O simples fato de usar ou não usar o Banheiro / Vaso Sanitário e experimentar sua evolução, está mais relacionado com aspectos culturais ou econômicos?
Ninguém pode negar a inseparável relação entre o banheiro e a economia ou entre banheiro e cultura. Regiões mais prósperas têm maior número de banheiros ou Vasos Sanitários. A ausência do banheiro ou um banheiro sujo torna as pessoas doentes e fracas. O resultado é a morte, falta de trabalho e uma perda consideração da produção.
De outro lado, de acordo com um expert na área, apenas US$ 1,00 investido em programas sanitários resulta e equivalem a investir US$ 8,00 na melhoria de produtividade. O uso de um banheiro apropriado está também relacionado com aspectos culturais e varia de cultura para cultura.
Seu uso é interligado com as idéias de poluição e da pureza, da sua relação com a saúde e higiene. O aumento percentual do número de pessoas que se beneficiam de políticas sanitárias está intimamente relacionado com o financiamento, a economia e consciência, assim como vontade política e grau de prioridade que é conferida a ele pelo povo em geral.
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